O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado como um Transtorno do Neurodesenvolvimento e apresenta características que podem ser observadas na primeira infância pelos pais, cuidadores ou pela escola.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria, o DSM-5, o TEA é caracterizado pelos padrões restritos e repetitivos de comportamento, dificuldade na comunicação e de interação social. Mas como observar estas características no dia a dia?
Sabe aquela criança que não faz contato visual, não atenta quando chamada pelo nome, não gosta de estar com outras crianças, ainda não aponta para solicitar o que deseja (o que já era esperado pela sua idade) e apresenta comportamentos repetitivos, como balançar as mãozinhas, andar na ponta dos pés, ou girar todos os objetos que vê pela frente?
Aquela criança que tem fascínio por letras, números ou mapas, gosta de brincar sozinha, sabe de cor todas as falas dos desenhos (e até se comunica através delas), repete tudo o que os adultos falam, muito apegada a rotina, além de apresentar muita dificuldade com os cheiros e até cores de determinados alimentos?
Ou aquela criança que apresenta atraso na fala, usa a mão dos adultos para alcançar o que deseja, tem aversão a determinadas texturas de alimentos ou brinquedos, ignora a presença de outras crianças, não responde a instruções simples do tipo “pega a bola”, tem aversão a ambientes barulhentos e que quando fica muito feliz, nervoso ou ansioso, realiza movimentos repetitivos?
Pois é! Essas crianças podem fazer parte do Transtorno do Espectro do Autismo, necessitando de acompanhamento e diagnóstico de um profissional capacitado na área. Mas é aí que começam os desafios do diagnóstico. Os pais observam que o desenvolvimento da criança não acompanha o dos colegas. A professora fica sem jeito de comentar com a família, sem criar constrangimento. Mas e agora? Qual o primeiro passo?
O que não pode ser adiado quando se trata de um Transtorno do Neurodesenvolvimento é uma ótima intervenção precoce, além da busca por um excelente profissional de neuropediatra ou psiquiatra infantil, que irá diagnosticar e/ou encaminhar a criança aos profissionais adequados. O diagnóstico é clínico, baseando-se nos sinais apresentados pela criança, mencionados anteriormente. Mas, atualmente, existem ferramentas de rastreio e sistematização de diagnóstico de TEA, devendo ser conduzida por profissionais habilitados na área.
As causas do TEA podem ser genéticas, havendo mutações em genes no início do desenvolvimento fetal, podendo ser hereditárias ou não. Também podem ser ligadas a fatores ambientais, como a idade paterna ou utilização de ácido valpróico e nascimento prematuro. Outras causas ainda vêm sendo estudadas.
É imprescindível o acompanhamento com profissionais que se baseiem na ciência ABA (Applied Behavior Analisys – Análise do Comportamento Aplicada), que têm por objetivo estudar, analisar e intervir na interação que o comportamento faz com o ambiente e a aprendizagem. Estes profissionais podem ser psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, dentre outros. Destes, sugere-se, inicialmente, a busca pelo profissional de Psicologia, que conduzirá todo o processo avaliativo e de intervenção, orientando a família com relação a repertórios em atraso, comportamentos e encaminhamentos aos demais profissionais.
É de grande importância também, que a família seja amparada e cuidada, visto que o impacto do diagnóstico no âmbito familiar será sempre lembrado durante a caminhada desta criança. Em cada terapia, a cada evolução e por cada profissional que passar, os pais lembrarão deste momento e será necessário reajustar expectativas.
Desta forma, nossa equipe encontra-se preparada para realizar o acolhimento destas crianças e famílias, avaliando e orientando cada processo de seu diagnóstico, crescimento, evolução e independência. Entre em contato conosco através de nossas redes sociais!!
Mariana Nunes dos Santos
Esp. Em ABA para Autismo e Deficiência Intelectual.