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Receber o diagnóstico de autismo não é nada fácil ou simples. Ao recebê-lo, muitas famílias vão pesquisar sobre o assunto na internet e se deparam com inúmeras questões e abordagens.
O autismo ainda é um transtorno estigmatizante e que carrega consigo muitos preconceitos.
Muitos pais acabam vivenciando um período de negação, já que as idealizações projetadas para o filho poderão ser diferentes. Algumas famílias podem negar e evitar o assunto por meses ou até anos, enquanto outras podem tornar-se mais fortes diante do diagnóstico.
O fato é que cada pessoa reage de uma forma e para isso é necessário respeitar cada família, e permitir que elas vivenciem o período de negação e luto, além de fornecê-la suporte e apoio necessários.
É importante destacar que o autismo não tem cara e nem cura, mas tem tratamento, com comprovação científica, que faz com que a criança se desenvolva em todos os domínios do desenvolvimento e possa até eliminar a gravidade dos sintomas.
O tratamento indicado pelos neurologistas, pediatras e psiquiatras da infância são as terapias comportamentais ABA e o Modelo Denver de Intervenção Precoce.
Está é uma dúvida frequente que muitos pais têm ao receber o diagnóstico do seu filho(a). Para responder essa pergunta quero contar uma experiência que vivi em janeiro de 2019 nos EUA, nas cidades de Orlando e Boston. Lá tive a oportunidade de acompanhar um paciente nas terapias e na escola. Fiquei encantada com boa parte do que vi e vivi, principalmente nas escolas. A primeira coisa que quero relatar foi a alegria em ver que no Brasil temos os mesmos tratamentos para pessoas com autismo que lá, e aqui eles estão amparados com profissionais capacitados e técnicas apropriadas para desenvolverem todas as habilidades que são necessárias na vida de um indivíduo.
A segunda coisa a se dizer é sobre a curiosidade que mais despertava em mim sobre o funcionamento das escolas de lá. Então, em visita escolar e reunião com os diretores, professores e profissionais, pude entender melhor o por quê de alguns alunos chegarem à escola e serem indicados a voltarem para casa e fazerem as terapias sugeridas. Quando questionei o diretor, ele me disse o seguinte: Para nós a criança precisa ter alguns pré-requisitos sociais para ser inserida em uma sala de aula, tais como: atentar ao ser chamado pelo nome, olhar nos olhos quando o chamam, seguir instruções básicas como conseguir permanecer sentado numa cadeira, por exemplo, imitar gestos, e fazer uso de algum meio para se comunicar, como por exemplo o “apontar” para o item desejado.
Então quando me perguntam sobre essa escolha, não me retenho em constatar a terapia ser a melhor opção para uma criança que ainda não possui o que chamamos de “pré-requisito escolar”. A intervenção de um para um precisa ser realizada e potencializada, para que posteriormente, ao entrar na escola, possa ampliar todas as habilidades que inicialmente precisam ser estimuladas de forma direcionada e contínua na terapia.
Brincar com uma criança no espectro não parece ser uma tarefa tão simples e fácil, não é mesmo? Muitas pessoas tem essa dúvida e para isso deixarei aqui algumas dicas práticas que podem te ajudar.
- Observe o que mais atrai a criança, o que mais chama a atenção dela e use isso para inserí-la na brincadeira.
- Sente-se de frente para ela, forneça elogios sociais, como: parabéns, isso aí, muito bom; desde as pequenas coisas que ela conseguir fazer com você até as maiores.
- Quando sentir que a criança está curtindo brincar com você, insira demandas simples e fáceis de serem cumpridas, se ela precisar de ajuda para executar, forneça para ela. Minha sugestão é de que a cada 5 segundos de sorrisos e prazer na brincadeira o interlocutor deverá apresentar demanda.
- Estabeleça apenas um brinquedo por vez e faça a troca assim que a criança demonstrar que não está mais gostando. Dê lhe opções e seja rápido!
- Lembre-se, em todas as brincadeiras, se a sua criança não consegue fazer sozinha o que você está pedindo, dê ajuda para que ela faça! Isso é essencial para o aprendizado dela!
Quando pensamos em ensinar e intervir sobre os comportamentos, é preciso primeiro destacar: o que é comportamento? Bom, comportamento é tudo aquilo que fazemos, desde ações simples, como: andar, comer, levantar os braços, até os mais complexos, como: falar, pensar, escrever e etc. Pensando nas situações em que vivemos com algumas crianças que engajam com mais frequência em comportamentos inapropriados do que apropriados, podemos intervir com estratégias que são eficazes em promover a diminuição de tais comportamentos inapropriados, aumentando a frequência dos apropriados.
Aqui seguem algumas estratégias que podem ser feitas:
1. Não reforçar o choro da criança nos momentos em que ela usa disso para pedir alguma coisa. Lembrando que não validar o choro não é a mesma coisa que ignorar a criança. Para promover um comportamento apropriado nessa situação podemos ensinar a forma correta em que ela poderá pedir pelo item, seja apontando ou dando a dica verbal para que ela verbalize o que deseja.
2. Engajar a criança em uma atividade e sinalizar para ela o que precisa ser feito, fazendo uso de pistas visuais claras e dicas verbais ou físicas de acordo com o que a criança necessitar.
3. Emparelhar sempre um elogio social como: parabéns, isso aí, excelente, muito bem; com bastante entusiasmo. Lembre-se sempre dos momentos em que recebemos elogios e o efeito que isso provoca em nós. Isso fará com que os comportamentos apropriados aumentem e os inapropriados, como choro para obter algo, por exemplo, diminuam.
Já recebi diversas perguntas de muitos pais questionando se o seu filho era muito novo para receber intervenção terapêutica e também outras dúvidas de pais os quais o diagnóstico foi feito de forma mais tardia, se seria adequado iniciar as intervenções em ABA naquele momento. O que as evidências científicas nos mostram é que quanto mais cedo a criança iniciar as intervenções, mais resultados ela terá em seu desenvolvimento.
Podemos comparar o cérebro da criança como uma “esponja” que está absorvendo de forma rápida o que está sendo ensinado. A flexibilidade do cérebro está no auge nos primeiros anos de vida e por isso a importância de estimular ao máximo as capacidades das crianças de forma mais precoce possível. Dessa forma, novas experiências, repetidas muitas vezes, ajudam a fazer novas conexões, que moldam a maneira como a criança pensa, sente, se comporta e aprende.
De acordo com os primeiros estudos feitos por Lovaas (pioneiro de aplicar as técnicas da ABA) e nas pesquisas atuais, vemos que a literatura preconiza de 20 a 40 horas semanais, abordando diferentes repertórios e habilidades. E quanto mais horas de intervenção, mais aprendizado e qualidade de vida a criança terá.
Na verdade, apesar de alguns indivíduos demorarem mais para aprender algumas habilidades, eles nunca irão parar o seu processo de aprendizagem! Desta forma, o aprendizado sempre ocorrerá e sempre será possível favorecer o desenvolvimento de alguma capacidade! Quando pensamos nos jovens e adultos, o importante é reconhecer qual a necessidade do indivíduo naquele momento e as habilidades que precisam ser desenvolvidas.