Dia dos namorados chegando e eu não poderia deixar de falar dessa data tão especial: A vida a dois, suas belezas e desafios.
Todos sabemos que é maravilhoso ter alguém com quem contar. Ter aquela companhia para as noites de frio, maratonar os seriados juntos, fazer rir e dar risada apenas por estar com alguém especial. Mas nem tudo são flores... Existem as dificuldades do relacionamento, os dias em que não queremos ver ninguém, os momentos em que até o respirar do outro incomoda...
Tudo na vida tem seus altos e baixos. Uns dias gloriosos e outros não tão bons assim. A convivência é um exercício diário de paciência. Saber lidar com o outro, suas manias e costumes, ter a consciência de que o outro também tem que aturar muitas coisas sobre nós, tudo isso faz parte do caminho para o mantenimento da relação.
Quando encontramos alguém temos a chance de dividir e somar ao mesmo tempo. O amor faz isso. Dividimos lanches, somamos experiências; dividimos a conta, somamos esforços; dividimos tristezas e somamos alegrias! Têm momentos que não são fáceis, mas ninguém disse que seria... afinal, quem aqui é capaz de afirmar que a vida quando estamos sozinhos é sempre fácil?
O que é diferente pode assustar, conviver com as diferenças não é simples mas ao mesmo tempo abre um novo mundo à sua frente. Aceitar o diferente é aceitar que podemos crescer. Ver outra realidade, enxergar através de outra perspectiva, pode ser maravilhoso! Conhecer o desconhecido se abrindo para alguém que foge do seu comum é muito recompensador.
Então, nesse Dia dos Namorados não tenha medo de se abrir, de compartilhar, de aceitar o diferente, de ver um outro mundo que não o seu, de dividir e somar!
Muitos me perguntam como é a vida amorosa no autismo, mas notem que não falei de autismo nenhuma vez porque o amor não escolhe gênero, não escolhe cor, não escolhe credo e também não escolhe entre típicos e atípicos. O amor é aceitar o outro, independentemente de todos esses fatores. Por isso não tinha como escrever apenas sobre amor para autistas pois o amor é universal!
Texto escrito por: Fábio Cordeiro, Autista, 41 anos | Funcionário Público Federal | Pai de dois meninos, um neurotípico e um autista | Presidente da REUNIDA - Conselho do Autistas | Criador da maior página de humor autista do Brasil - @aspiesincero