Nos últimos anos vários profissionais da área de saúde tem criticado o aumento do número de casos que tem sido diagnosticados com TEA. Alguns extrapolam e dizem que está na moda ser autista e que tudo não passa de modismo e de uma maneira para médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos ganharem seu dinheiro.
O fato é que tem sim aumentado o número de casos do TEA, assim como tem aumentado o número de casos de depressão infantil, de ansiedade Infantil, de Gaming Disorders, de Suicídio, de transtornos alimentares, dentre outros, que certamente estão ligados a fatores genéticos e ambientais.
Hoje com o maior número de diagnósticos (É um FATO, não um modismo) certamente haverá um número maior de intervenção e é ai que lidamos com um grande problema: o que é mais importante, a qualidade das terapias aplicadas ou o número de horas em que a criança é submetida a tais terapias ?
Outro problema importante: a falta de comunicação entre os profissionais assistentes, num conceito equivocado de tratamento multidisciplinar, em que vários profissionais estimulam a criança, mas não comunicam entre si, não absorvendo o melhor de cada criança no espectro. É a chamada intervenção eclética isolada, a qual se mostra ineficaz.
Não bastasse tais dificuldades há também as terapias não reconhecidas, tal qual aplicação de vitaminas, uso de câmaras hiperbáricas, ozonioterapia, eletroestimulação, dietas restritivas, dentre outras. Assim, é importante que fique estabelecido o conceito de transdisciplinaridade (onde os profissionais se comunicam verdadeiramente), que intervenções isoladas são ineficazes, que há necessidade de se respeitar as cúspides comportamentais (pré-requisitos) para o estímulo ser eficaz e que há ciência cientificamente comprovada para tratamento do TEA, sendo a ciência ABA a que se mostrou mais eficaz na melhora da linguagem expressiva, comportamento adaptativo e cognitivo comportamental. E isso não necessariamente de acordo com a quantidade de horas realizadas, mas sim com a qualidade das horas aproveitadas. Lembrando ainda que são cientificamente comprovadas outros estímulos, tal qual Integração Sensorial de Ayres, Musicoterapia, Terapia Cognitivo comportamental, treino de comunicação funcional, intervenção assistida por tecnologia, dentre outros, mas nenhuma com a eficácia da ciência ABA.
Além disso, no tratamento há também a associação com o uso de medicações, mas isso a ser tratado num outro texto onde terei o prazer de produzir para vocês.
Texto escrito por: Rafael Monteiro Bruno, neuropsiquiatra na Clínica Mundo Kids.
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