Em Março celebramos o Mês da Mulher e gostaria de compartilhar não apenas minha experiência profissional, mas também minhas reflexões pessoais sobre o que observo e presencio diariamente sobre a maternidade atípica e a experiência materna das responsáveis pelas crianças que por mim passaram até hojeA maternidade atípica é uma jornada que transcende as narrativas convencionais. É um território onde as expectativas de gênero se mesclam com a realidade nada romantizada de criar e educar uma criança com necessidades especiais. Ao longo dos anos, testemunhei a força e a resiliência das mulheres que enfrentam esses desafios diariamente, mas também testemunhei o seu cansaço, a sua dor, toda a sobrecarga das imposições sociais do papel materno e também do papel de esposas.Quando vemos, principalmente em datas comemorativas como essa, a exaltação da imagem criada de uma mulher que precisa ser uma "super mãe e esposa", alimentada por uma sociedade que muitas vezes exige perfeição e sacrifício das mulheres, me preocupo com como essas mulheres devem se sentir ao serem enaltecidas por tudo aquilo que as vem consumindo... Porque a verdade é que não há super-heroínas aqui, apenas mães reais, com suas lutas e triunfos, suas dúvidas e suas esperanças. É uma jornada que exige coragem, compaixão e, acima de tudo, autenticidade e acolhimento das suas dores individuais para além da maternidade.Essas mulheres frequentemente carregam o fardo do cuidado parental sozinhas, pois esse foi o papel designado à elas pela sociedade, enfrentando uma pressão desproporcional para equilibrar as demandas da família, do trabalho e da vida pessoal. É uma carga pesada, muitas vezes acompanhada de culpa por não conseguir lidar com tudo como gostaria ou é exigida, levando à sensação de fracasso e solidão no seu sofrimento.Por isso, neste mês da mulher, quero honrar e reconhecer as mulheres, mães e cuidadoras, que enfrentam estes e outros desafios da maternidade atípica e lembrá-las de que que suas histórias são profundamente inspiradoras e suas batalhas são dignas de reconhecimento. Vocês merecem mais do que aplausos passageiros em uma data comemorativa; merecem um apoio constante e uma rede de solidariedade que as sustente em seus momentos mais difíceis, da mesma forma que você sustenta todos ao seu redor.E é nesse cenário, como psicoterapeuta, que eu vejo o poder transformador da terapia quando oferecida por alguém que compreende profundamente a realidade do autismo e das famílias atípicas. É num setting terapêutico especializado nas demandas particulares de uma família atípica que você encontrará um espaço seguro para explorar emoções, encontrar clareza e construir resiliência diante de todo esse peso que vocês costumam carregar sozinhas. É um lembrete de que não estão sozinhas, que há ajuda e esperança disponíveis.Então, neste mês e em todos os outros, vamos lembrar de cuidar daquelas que dedicam as suas vidas ao cuidado de outros. Vamos celebrar a coragem, a vulnerabilidade e a beleza das mulheres e cuidadoras que iluminam o mundo com seu amor incondicional. E que possamos, aqui no Instituto MK, contribuir para criar uma comunidade mais compassiva com essas mulheres, onde todas se sintam vistas, ouvidas e acolhidas como merecem.E para finalizar, hoje eu só quero que vocês se lembrem que quando sentirem que ninguém está vendo pelo o que estão passando, eu vejo vocês, vejo sua dor, seu cansaço e sua força. E que quando você mesma não conseguir se ver enquanto a mulher corajosa, sensível, humana e completa que você é, eu estarei aqui para que possamos juntas te levar a se enxergar, compreender e acolher novamente. ...Ana Júlia ArantesTerapeuta MK
Diariamente, os cuidadores de pessoas neurodiversas embarcam em uma jornada repleta de desafios e aprendizados únicos. É uma jornada de amor, dedicação e compreensão, mas também uma jornada cansativa, solitária e pesada, que, muitas vezes, exigem que os cuidadores abram mão do próprio cuidado de si mesmos em prol do bem-estar daqueles que dependem deles.No entanto, esse ritmo de abdicações de si mesmo frequentemente leva ao adoecimento, físico e mental, ao esgotamento, isolamento social e consequentemente à redução da qualidade do cuidado oferecido por esse cuidador.Nesse momento, muito além das orientações parentais que oferecemos a esse cuidador sobre as demandas do seu filho, precisamos reconhecer a importância do autocuidado individual e pessoal para aqueles que dedicam suas vidas ao apoio de filhos neurodiversos, indo além o âmbito da maternidade e paternidade, e abrangendo as demandas individuais, emocionais e psicológicas desses cuidadores.Ao buscar aconselhamento psicológico, especialmente através da psicoterapia comportamental individual, proporcionamos aos cuidadores um espaço seguro e dedicado exclusivamente a eles para explorar suas próprias experiências, emoções e desafios. É um momento para se reconectar consigo mesmo, além das responsabilidades diárias.A acolhida individualizada oferecida pela psicoterapia comportamental permite que os cuidadores explorem seus sentimentos sem julgamento, compreendam suas reações emocionais e desenvolvam estratégias eficazes para lidar com o estresse e a pressão associados ao cuidado dos seus filhos.Se você é um cuidador em busca de apoio individualizado para o seu bem-estar emocional, a nossa clínica em breve oferecerá serviços de psicoterapia comportamental para adultos!Entre em contato conosco para saber mais sobre como podemos apoiar você nessa jornada. E lembre-se: você não está sozinho!.Ana Júlia ArantesPsicóloga clínica
É comum, ao falarmos em treino de habilidades sociais, o uso de termos como “comportamento socialmente adequado ou inadequado” como forma de direcionar as intervenções rumo ao ganho de repertório “socialmente adequado” dos nossos pacientes.Mas precisamos estar atentos para que essas terminologias não se tornem cobranças aversivas para que essa criança ou jovem sinta que precisa “fingir ser menos autista” ou “mascarar” características do espectro para poder ser aceito.Mas de que forma?O masking, ou camuflagem social, refere-se à habilidade que algumas pessoas autistas desenvolvem para ocultar seus comportamentos e características considerados atípicos em contextos sociais. Essa camuflagem pode incluir o ajuste do tom de voz, o controle de expressões faciais e a imitação de comportamentos sociais "aceitáveis".Embora o masking possa ajudar as crianças autistas a se integrarem socialmente, é importante reconhecer os desafios associados a essa estratégia. O esforço constante para se conformar às expectativas sociais pode ser exaustivo e gerar ansiedade, levando a uma desconexão emocional consigo mesmas. Além disso, o masking pode mascarar as verdadeiras necessidades da criança, dificultando a compreensão de suas dificuldades e, consequentemente, a aplicação de intervenções eficazes.Para promover habilidades sociais autênticas, é crucial fomentar ambientes que compreendam e aceitem a diversidade, permitindo que as crianças autistas se sintam seguras para expressar suas verdadeiras personalidades e necessidades de suporte.Além disso, o desenvolvimento de intervenções personalizadas, levando em consideração as habilidades sociais naturais da criança, proporciona oportunidades para um aprendizado mais autêntico e menos coercitivo/penoso.Como profissional capacitada em intervenções em habilidades sociais em grupo, acredito que a empatia é a chave para estabelecer conexões genuínas e criar intervenções que respeitem a individualidade de cada um.Estabelecer canais de comunicação abertos, onde a criança se sinta à vontade para expressar suas necessidades, desafios e sucessos, é essencial para construir a relação de confiança e vínculo que promovemos nas nossas intervenções clínicas em Grupos de Habilidades Sociais.Ao implementar essas alternativas, estamos construindo um caminho mais empático e sustentável para o desenvolvimento das habilidades sociais em crianças e jovens autistas, pois o nosso objetivo é sempre o de promover e aprimorar ambientes onde cada criança se sinta aceita e valorizada exatamente como é.Isso é ciência humanizada! Isso é ABA!E se você quer saber mais sobre como funciona o nosso projeto de Grupos de Habilidades Sociais, entre em contato!.Ana Júlia ArantesAssistente Terapêutica
Levando em consideração a sensibilidade sensorial, preferências individuais e a necessidade de rotinas estruturadas, aqui estão algumas dicas para ajudar sua criança, caso ela participe de atividades de Carnaval. Lembre-se antes de realizar uma preparação antecipada, fornecendo informações claras sobre o que esperar durante as atividades de Carnaval. Utilize um cronograma visual ou uma história social para ajudar na compreensão da sequência de eventos. Importante: Lembre-se sempre de adaptar as atividades de acordo com as necessidades individuais da criança, respeitando suas preferências e limitações sensoriais. Observar e responder às pistas de conforto ou desconforto é fundamental para garantir uma experiência positiva durante o Carnaval. 1°. Escolha fantasias confortáveis, com tecidos suaves para evitar irritações na pele. Permita que a criança experimente a fantasia antes do Carnaval para se acostumar com a sensação; 2°. Se ela gosta de máscara de super heróis, crie máscaras simples com materiais leves, evitando texturas desconfortáveis. Incentive a criança a decorar sua própria máscara de acordo com suas preferências; 3°. Crie um espaço com música suave ou utilize fones de ouvido com músicas que a criança aprecie. Incentive movimentos corporais suaves para evitar sobrecarga sensorial; 4°. Elabore uma caça ao tesouro com pistas visuais e sensoriais. Use objetos ou texturas que a criança goste como parte do tesouro; 5°. Crie um espaço tranquilo e acolhedor para a criança se retirar se sentir necessidade. Disponibilize objetos sensoriais, como almofadas macias ou brinquedos relaxantes, caso ela participe de atividades carnavalescas; 6°. Introduza atividades de movimento suave, como dança lenta ou movimentos rítmicos. Permita que a criança escolha seu próprio ritmo de participação. Por Fernanda Soares, psicodedagoga coordenadora da Clínica Mundo Kids – Núcleo de Desenvolvimento
O processo de aprendizagem não se resume apenas à assimilação de conhecimento, ele é moldado e impulsionado por um conjunto de habilidades cognitivas conhecidas como Funções Executivas.As Funções Executivas compreendem habilidades envolvidas no controle e direcionamento do comportamento, incluindo inibição de elementos irrelevantes, seleção, integração e manipulação das informações relevantes, habilidades de planejamento, flexibilidade cognitiva e comportamental, monitoramento de atitudes, memória de trabalho e mecanismos atencionais.Sendo assim, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e na aquisição de habilidades acadêmicas. A importância dessas funções para a aquisição de habilidades acadêmicas podem ser destacada da seguinte forma:Planejamento e Organização: ajudam os alunos a planejar suas atividades acadêmicas, como a elaboração de horários de estudo, a definição de metas de aprendizado e a organização de materiais.Memória de Trabalho: a memória de trabalho é fundamental para a retenção temporária de informações necessárias para a realização de tarefas acadêmicas. Isso inclui a capacidade de lembrar e manipular informações enquanto se está envolvido em atividades complexas, como a resolução de problemas matemáticos.Inibição e Controle Cognitivo: A capacidade de inibir impulsos e manter o controle cognitivo é vital para se concentrar nas tarefas acadêmicas e resistir a distrações, o que é especialmente importante durante a leitura, escrita e resolução de problemas.Flexibilidade Cognitiva: permite que os alunos adaptem suas estratégias de aprendizado conforme necessário. Isso é essencial para lidar com desafios acadêmicos imprevistos e para ajustar abordagens de estudo quando necessário.Autorregulação Emocional: As funções executivas desempenham um papel importante na regulação das emoções. Alunos que podem regular suas emoções de maneira eficaz estão mais propensos a enfrentar desafios acadêmicos com confiança e resiliência.Resolução de Problemas: capacidade de analisar problemas, desenvolver estratégias para resolvê-los e monitorar o progresso ao longo do tempo.Compreensão e Expressão Oral e Escrita: A inibição, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva são especialmente importantes para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, bem como para a expressão eficaz de pensamentos e ideias.Tomada de Decisão: As funções executivas auxiliam os alunos na tomada de decisões informadas, tanto no contexto acadêmico quanto na vida em geral.Para os educadores, compreender a importância das Funções Executivas é fundamental. Estratégias de ensino que desenvolvem e fortalecem essas habilidades podem melhorar significativamente o desempenho acadêmico dos alunos. Atividades que promovem a organização, o planejamento e a autorregulação.Os pais também podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento das Funções Executivas de seus filhos, fornecendo um ambiente que estimule desafios cognitivos, como, resolução de problemas, planejamento e organização, por meio de rotinas estruturadas.O desenvolvimento saudável das Funções Executivas é de extrema importância para o sucesso acadêmico. Intervenções que visam melhorar essas funções podem ter um impacto significativo no desempenho escolar e na capacidade dos alunos de enfrentar desafios acadêmicos de maneira eficaz. Em resumo, as Funções Executivas são a base sobre a qual se constrói o edifício do sucesso acadêmico. Ao reconhecer e nutrir essas habilidades, educadores e pais colaboram para criar uma base sólida na jornada educacional.Por Fernanda Soares, psicodedagoga da Clínica Mundo Kids – Núcleo de Desenvolvimento
O início de um novo ano escolar é um momento cheio de expectativas e desafios. Para as famílias com crianças autistas, esse período pode ser ainda mais significativo, exigindo uma abordagem cuidadosa e compreensiva. A transição de férias para a rotina escolar pode ser um desafio, mas com apoio e planejamento adequados, pode ser uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos.Cada passo dado por essas crianças representa um avanço sobre as barreiras, e cada interação é uma oportunidade de aprendizado mútuo. É fundamental reconhecer a diversidade de necessidades e habilidades entre as crianças autistas. Algumas podem enfrentar desafios na comunicação, enquanto outras podem ter sensibilidades sensoriais específicas. No entanto, é igualmente importante destacar as inúmeras habilidades e talentos que cada criança traz consigo. Os educadores desempenham um papel fundamental nesse processo, agindo como facilitadores do aprendizado inclusivo. Estratégias que promovem a comunicação eficaz e a adaptação do ambiente escolar são essenciais. Incentivar a compreensão e a aceitação entre os colegas é igualmente valioso. Os pais também desempenham um papel importante nessa jornada. Seu apoio emocional e prático contribui para criar uma rede de suporte para as crianças autistas.Dessa forma, elaborei algumas dicas destinadas aos responsáveis, a fim de oferecer contribuições adicionais.1. Comunicação Aberta: A comunicação é fundamental. Manter um diálogo aberto entre pais, professores e profissionais da equipe multidisciplinar é essencial para entender as necessidades específicas da criança. Trocar informações sobre o que funciona bem em casa e na escola cria uma base sólida para o sucesso.2. Ambiente Amigável: Adaptações no ambiente escolar podem fazer toda a diferença. Certifique-se de que a sala de aula seja um espaço acolhedor e seguro, minimizando estímulos sensoriais excessivos. Às vezes, pequenas mudanças, como iluminação suave ou áreas tranquilas, podem fazer uma grande diferença.3. Rotina Estruturada: Crianças autistas muitas vezes prosperam em rotinas estruturadas. Trabalhe em conjunto com os professores para criar uma programação diária previsível. Isso proporciona segurança à criança, reduzindo a ansiedade e promovendo um ambiente propício para a aprendizagem.4. Ferramentas de Apoio: Explore ferramentas e recursos que possam auxiliar a criança no processo de aprendizado. Desde tecnologias assistivas até estratégias de ensino personalizadas. Cada criança é única! Encontrar métodos que atendam às suas necessidades específicas é fundamental.5. Sensibilização na Comunidade Escolar: Promova a sensibilização sobre o autismo dentro da comunidade escolar. Compartilhar informações relevantes e incentivar a empatia cria um ambiente inclusivo que beneficia não apenas a criança autista, mas toda a classe.6. Inclusão Social: Estimule a inclusão social. Atividades que promovem a interação entre todas as crianças, com ou sem autismo, fortalecem os laços na sala de aula. Incentive a compreensão mútua e celebre as diferenças, cultivando um ambiente onde cada criança se sinta valorizada.A volta às aulas para crianças autistas é uma jornada única, repleta de oportunidades para crescimento e descoberta. Com uma abordagem colaborativa entre pais, educadores e a comunidade escolar, podemos criar um ambiente que nutra o potencial de cada criança, independentemente de suas características individuais.Esteja aberto, esteja disposto a aprender e prepare-se para um ano escolar cheio de realizações e conquistas para todas as crianças.Por Fernanda Soares, Psicodedagoga Supervisora MK
Durante as férias, muitos crianças acabam se ausentando por alguns dias do Set Terapêutico, mas isso não pode ser motivo para faltar estimulação ou perder habilidades já adquiridas com as intervenções terapêuticas.É importante que seu filho continue a se desenvolver e progredir, mesmo fora do ambiente terapêutico.Para isso, a consistência é a chave!Estimulando os aprendizados da terapia em casa é possível manter e ampliar os avanços alcançados.Por isso, hoje separei algumas dicas de estratégias que podem ser úteis para intervir de forma eficaz em casa:1. CONTINUAR ESTIMULANDO OS APRENDIZADOS DA TERAPIA: os ensinamentos adquiridos durante as terapias não devem parar quando as férias começam. Encontre maneiras de integrar esses aprendizados nas atividades diárias em casa. Por exemplo, se a terapia incluiu atividades de linguagem, você pode incorporar histórias para leitura em casa ou jogos interativos que promovam a comunicação.2. APLICAR PROGRAMAS DO PEI: se a possui um Programa de Ensino Individualizado (PEI), reserve um tempo diário para trabalhar nesses programas em casa, mesmo que apenas alguns minutos. Isso pode ser feito através de atividades estruturadas que reforcem o que foi aprendido no consultório, como quebra-cabeças para estimular habilidades motoras ou jogos educativos para estimular a cognição.3. SEGUIR AS INSTRUÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL: a equipe que trabalha com seu filho fornece direcionamentos valiosos frequentemente. Durante as férias, é essencial seguir essas orientações e recomendações.4. CRIAR ROTINAS ESTRUTURADAS: mesmo durante as férias, manter uma rotina estruturada pode ser reconfortante para seu filho. Isso não significa que cada minuto precisa ser planejado, mas ter horários regulares para refeições, atividades, momentos de descanso e atividades recreativas pode trazer estabilidade ao ambiente.5. COMUNICAÇÃO ABERTA COM A EQUIPE DE SUPORTE: mantenha uma comunicação regular com a equipe terapêutica ou profissionais que trabalham com seu filho. Relate o progresso, desafios encontrados e peça orientações para adaptar as estratégias em casa sempre que necessário. A equipe do seu filho jamais te deixará desamparado (a) mesmo durante as férias.Ao manter uma abordagem consistente, incorporar os aprendizados terapêuticos no ambiente familiar, aplicar programas específicos, seguir as orientações da equipe multiprofissional e criar uma rotina estruturada, você pode oferecer um ambiente favorável para o desenvolvimento contínuo da criança, mesmo fora do ambiente terapêutico.Por Ana Júlia ArantesTerapeuta da Clínica Mundo Kids - Núcleo Especializado
Os fogos de artifício podem ter um impacto significativo nas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) devido à sua natureza imprevisível e estímulos sensoriais intensos.O ruído alto e repentino dos fogos de artifício pode causar desconforto e ansiedade em indivíduos com TEA devido à sensibilidade auditiva. Além disso, as luzes brilhantes e piscantes podem ser avassaladoras e perturbadoras para quem tem sensibilidade visual.Para minimizar o impacto nos indivíduos com TEA, é importante considerar alternativas aos fogos de artifício, como shows de luzes silenciosos ou eventos sem barulho.Além disso, é essencial fornecer um ambiente seguro e tranquilo para aqueles que preferem evitar os estímulos sensoriais intensos associados aos fogos de artifício.É importante lembrar que o TEA é um espectro e as reações podem variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas com TEA podem não ser afetadas pelos fogos de artifício, enquanto outras podem experimentar um desconforto significativo.Respeitar as necessidades individuais e garantir inclusão é fundamental para criar um ambiente mais acessível para todos.
O final do ano é um período repleto de alegria, mas para muitas famílias com crianças autistas, pode trazer desafios significativos. Nessa época de festividades, as mudanças na rotina e as intensas estimulações podem causar uma exaustão social nas nossas crianças autistas.Isso acontece porque as festas de fim de ano geralmente vêm acompanhadas de agitação, decorações vibrantes, sons altos e uma série de eventos sociais com os quais a criança não está acostumada a lidar no dia-a-dia, na sua rotina, o que pode gerar sobrecargas sensoriais que, em alguns casos, podem levar a crises conhecidas como "meltdowns".Os meltdowns são reações intensas devido à sobrecarga sensorial ou emocional, levando a comportamentos desafiadores ou até mesmo a um “desligamento emocional temporário”, em casos extremos também pode se converter em sintomas físicos de adoecimento, como estados de febre, por exemplo. Em períodos de festividades, esses meltdowns podem ser mais frequentes devido ao aumento das atividades sociais e à falta de previsibilidade na rotina.Além dos desafios enfrentados pelas crianças, os pais também podem experimentar uma exaustão emocional e física significativa. O esforço para gerenciar as necessidades das crianças durante esse período pode ser esgotante e encontrar tempo para autocuidado torna-se essencial para os pais poderem estar emocionalmente disponíveis e capazes de manejar adequadamente as demandas dessa temporada.Por isso é importante sempre reforçar: sabemos que nossas crianças têm os próprios limites que devem ser respeitados, mas você, pai e mãe, também precisa reconhecer e respeitar os seus próprios limites!!O seu autocuidado não é um luxo, mas sim uma necessidade! Encontrar momentos de descanso e relaxamento em família é fundamental para recarregar as energias. Por isso, neste período de festividades, é importante encontrar um equilíbrio entre desfrutar das celebrações e manter um espaço seguro, saudável e previsível para as crianças, mas também para vocês, pais.E lembre-se: vocês não precisam passar por isso sozinhos. Não hesite em procurar apoio familiar, de amigos ou mesmo profissional para auxiliá-lo nesse momento...Ana Júlia ArantesAssistente Terapêutica MK